Sustentabilidade empresarial é um conceito magnífico,
mas difícil de medir, por abarcar praticamente a vida operacional inteira de
uma companhia, em todos os detalhes. O professor Marcos Felipe Magalhães,
pesquisador no Instituto de Economia da UFRJ, vem há alguns anos desenvolvendo e
aperfeiçoando uma “régua” para fazer essa mensuração, com uma abordagem
microeconômica, que me parece absolutamente inovadora, abrangente e de grande
utilidade para ampliar a transparência das decisões das organizações
preocupadas com o futuro de seus fatores de produção: Terra, Sociedade, Capital
e Trabalho.
O modelo procura medir quais são os esforços
concretos de uma organização em sua sustentabilidade, computando os gastos efetivamente
realizados por ela nos setores ambiental, social, corporativo e de recursos
humanos. Valendo-se apenas e tão somente dos princípios contábeis de aceitação
universal, a ferramenta, chamada Perfil SOI (Sociedade, Organização e
Indivíduo), pretende ser um instrumento especialmente importante para ajudar os
Conselhos a validar a execução das estratégias em alinhamento com o discurso
dos gestores.
O Perfil SOI consiste, simplificadamente, em re-arranjar
as despesas efetuadas pela empresa, agrupando algumas contas de seu Plano em
sete rubricas (Valores, Meio Ambiente, Desenvolvimento humano, Infraestrutura econômica,
Continuidade, Reputação e Recursos Humanos) para identificar, no plano
conceitual, qual é o esforço despendido pela empresa a cada ano, para ser bem
sucedida em cada uma dessas rubricas.
Este modelo poderá vir a ter a mesma importância,
em um conjunto mais amplo de variáveis, que o Balanço Social do IBASE teve nos
anos 90. E poderá constituir valiosa
contribuição do mundo acadêmico para integrar na prática os conceitos de
sustentabilidade, também por não se tratar de projeto meramente comercial, mas de
grande impacto.
Para tirar a sustentabilidade do discurso e
colocá-la na ponta do lápis, as organizações precisam reconhecer quais são seus
dispêndios que contribuem para os programas e ações que recompensam os recursos
de produção e operação, a fim de assegurar a continuidade dos negócios.
Autor do modelo Excelencia Competitiva, vencedor do
premio Oscar Niemeyer 2011, outorgado pelo CREA-RJ, o prof. Marcos Felipe Magalhães – que, além de acadêmico,
tem também rica experiência empresarial, tendo sido diretor da Coca Cola e
presidente da ABA-Associação Brasileira de Anunciantes – está oferecendo às
organizações interessadas a oportunidade de participar da construção
compartilhada desta metodologia. Todos os dados do estudo serão tratados individualmente
pela própria empresa ou organização e preservados internamente. E os direitos
de uso do modelo serão gratuitos para as organizações participantes do
desenvolvimento do Perfil de Sustentabilidade SOI.
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