quinta-feira, 19 de julho de 2012

Sustentabilidade, do mero discurso para a mensuração efetiva


Sustentabilidade empresarial é um conceito magnífico, mas difícil de medir, por abarcar praticamente a vida operacional inteira de uma companhia, em todos os detalhes. O professor Marcos Felipe Magalhães, pesquisador no Instituto de Economia da UFRJ, vem há alguns anos desenvolvendo e aperfeiçoando uma “régua” para fazer essa mensuração, com uma abordagem microeconômica, que me parece absolutamente inovadora, abrangente e de grande utilidade para ampliar a transparência das decisões das organizações preocupadas com o futuro de seus fatores de produção: Terra, Sociedade, Capital e Trabalho.

O modelo procura medir quais são os esforços concretos de uma organização em sua sustentabilidade, computando os gastos efetivamente realizados por ela nos setores ambiental, social, corporativo e de recursos humanos. Valendo-se apenas e tão somente dos princípios contábeis de aceitação universal, a ferramenta, chamada Perfil SOI (Sociedade, Organização e Indivíduo), pretende ser um instrumento especialmente importante para ajudar os Conselhos a validar a execução das estratégias em alinhamento com o discurso dos gestores.

O Perfil SOI consiste, simplificadamente, em re-arranjar as despesas efetuadas pela empresa, agrupando algumas contas de seu Plano em sete rubricas (Valores, Meio Ambiente, Desenvolvimento humano, Infraestrutura econômica, Continuidade, Reputação e Recursos Humanos) para identificar, no plano conceitual, qual é o esforço despendido pela empresa a cada ano, para ser bem sucedida em cada uma dessas rubricas.

Este modelo poderá vir a ter a mesma importância, em um conjunto mais amplo de variáveis, que o Balanço Social do IBASE teve nos anos 90. E poderá constituir valiosa contribuição do mundo acadêmico para integrar na prática os conceitos de sustentabilidade, também por não se tratar de projeto meramente comercial, mas de grande impacto.

Para tirar a sustentabilidade do discurso e colocá-la na ponta do lápis, as organizações precisam reconhecer quais são seus dispêndios que contribuem para os programas e ações que recompensam os recursos de produção e operação, a fim de assegurar a continuidade dos negócios.

Autor do modelo Excelencia Competitiva, vencedor do premio Oscar Niemeyer 2011, outorgado pelo CREA-RJ, o prof. Marcos Felipe Magalhães – que, além de acadêmico, tem também rica experiência empresarial, tendo sido diretor da Coca Cola e presidente da ABA-Associação Brasileira de Anunciantes – está oferecendo às organizações interessadas a oportunidade de participar da construção compartilhada desta metodologia. Todos os dados do estudo serão tratados individualmente pela própria empresa ou organização e preservados internamente. E os direitos de uso do modelo serão gratuitos para as organizações participantes do desenvolvimento do Perfil de Sustentabilidade SOI.

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