sexta-feira, 27 de julho de 2012

Bola quicando na frente do celular

Quando postei esse comentário anterior, sobre a necessidade de imposição de metas de comunicação institucional para as empresas prestadoras de serviço de caráter público, recebi algumas críticas, entre as quais a da Flávia Sekles, no sentido de que melhor seria os consumidores tomarem a iniciativa de cobrar essas informações, do que o governo regular as empresas.

De lá para cá também houve algumas manifestações públicas de empresas de telefonia. Mas foram manifestações de ordem publicitária e cosmética. Uma delas, ilustrada pela linda Fernanda Lima. Outra, com o presidente do Conselho Manoel Horácio. Personagens marcantes. Mas meros monólogos. E de conteúdo sempre vago, com expressões-clichês tipo "compromisso com o Brasil", "investimento de vários milhões de reais" etc.

De informação específica, que é o que interessa, nada. Quais serão, efetivamente, as melhoras no serviço? E até que data isso será feito? Por que não foi feito antes que o governo desse um soco na mesa? Coisas assim, básicas, que o consumidor continua sem saber - por isso, claro, condena as empresas.

Meu real objetivo, quando publiquei aquele texto anterior, era levantar uma bola quicando na frente do gol, para que as empresas - todas, algumas, ou uma delas pelo menos - percebessem a ótima oportunidade que se coloca para que elas próprias tomem a iniciativa de dar informações concretas e sistemáticas à sociedade, sem esperar que o governo o exija.

No mínimo a empresa que adotasse essa estratégia estaria, a um tempo, saltando à frente dos concorrentes em termos de reputação e imagem de marca; tornando-se simpática aos órgãos governamentais de regulamentação, ao mostrar-se ativamente disposta a melhorar seus serviços; ampliando seu capital de confiabilidade junto aos seus clientes atuais; abraçando maior fatia de clientes futuros; e tornando-se referência como fonte confiável junto à imprensa.

Pelo jeito, eu estava sendo idealista demais. Mas ainda há tempo. A bola continua quicando.

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