sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Muitas homenagens

Sinval de Itacarambi Leão, diretor da revista Imprensa, teve a gentileza de me convidar para estrear uma nova seção no Portal Imprensa. O texto foi publicado hoje e está no link

http://portalimprensa.com.br/noticias/opiniao/78240/nemercio+nogueira+do+instituto+vladimir+herzog+estreia+a+secao+sinval+convida


sábado, 21 de maio de 2016

Verdade (?)

Saia já correndo e vá assistir a Conspiração e Poder, principalmente se você é jornalista ou trabalha em algum ramo de Comunicação. É bem melhor que Spotlight,  também muito bom e que ganhou o Oscar.

O filme levanta, com tensão de história de suspense, diversas questões como a precisão jornalística na apuração de informações, checagem de fontes, o valor e o custo do jornalismo na televisão, a relação de dependência entre governantes e empresas de TV (concessão pública).*
Não vou aqui contar a história do filme (vá procurá-lo), mas, em resumo, pouco antes da eleição presidencial de 2004 nos EUA, a produtora Mary Mapes, do programa 60 Minutes, da CBS, os jornalistas de sua equipe e o consagrado âncora Dan Rather foram investigados e a seguir demitidos por terem publicado uma reportagem indicando que o presidente George W. Bush, que concorria à reeleição, havia escapado à convocação para servir na guerra do Vietnã, por ter sido favorecido por oficiais da Guarda Aérea Nacional do Texas.
À parte os dramas pessoais (Cate Blanchett faz o papel de Mary Mapes e Robert Redford é Dan Rather), algumas questões em que o filme faz pensar:
1.      A obrigação de checar e rechecar exaustivamente a veracidade de suas informações, seja você jornalista, profissional de Comunicação ou de qualquer outro ramo de atividade;
2.      A necessidade de ter uma atitude cética para com a acurácia dessas informações, nunca cedendo ao desejo, esperança ou crença de que elas estejam corretas; sempre procurar pelo em ovo, ter vontade de achar os erros e as falhas;
3.      Não abrir mão desse dever por pressão do tempo, do chefe ou do cliente; a rigor sua reputação depende mais da precisão e eficácia do que de cumprir horário;
4.      O dever de todos de coibir o favorecimento dos poderosos às elites, a fim de purificar a democracia – seja qual for a elite, qualquer o lugar no mundo e através de toda a História;
5.      A imbricação de interesses entre governantes e empresas de mídia, com reflexos sobre a liberdade de imprensa, o direito da sociedade à informação e a oligopolização do mercado publicitário e da opinião pública;
6.      O poder crescentemente avassalador da internet e das redes sociais e sua capacidade de patrulhamento e de destruição de reputações;
7.      A função social dos programas jornalísticos na televisão, apesar de seu alto custo de realização para as empresas de mídia. 
 *O filme é baseado no livro de memórias de Mary Mapes Truth and Duty: The Press, the President, and the Privilege of Power, que custa R$28,43 em edição Kindle na Amazon.