Um dito popular em inglês é “Put your money where your mouth is”. O significado em português é mais ou menos “Chega de conversa e bota o dinheiro na mesa”.
É o que a produtora de celulose e papel Suzano resolveu
fazer, segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo no último dia 11 de Julho.
A empresa anunciou que, caso até 2025 não tenha pelo menos
30% de mulheres em sua liderança (do nível de gerência para cima), pagará valor
mais alto a seus investidores que possuam títulos de dívida atrelados à agenda
ESG, a sigla que agora representa sustentabilidade.
Segundo essa agenda, cuidar do meio ambiente e atuar pela melhora da qualidade de
vida da sociedade passam a ser cada vez mais deveres das empresas, ao lado da
prosperidade financeira e de atitudes institucionais como transparência,
diversidade, reciclagem, economia de recursos naturais e outras.
A iniciativa da Suzano, grande empresa de capital nacional,
reforça uma previsão feita em relatório sobre o Brasil, publicado há quatro
anos pelo norte-americano CFA Institute, que reúne profissionais ligados a
investimentos, como gestores de portfolios, especialistas e analistas financeiros.
Segundo esse relatório, no Brasil, as questões ligadas à governança (predominantemente referentes aos resultados financeiros) já eram sistematicamente integradas aos processos de investimentos em 2018, mas, nos cinco anos seguintes, previa-se o crescimento da importância das temáticas ambiental e social, ao lado da governança.
Em comparação com outros países, ainda segundo o CFA
Institute, a publicação de informações sobre os temas de ESG foi considerada
muito alta na época, em todos os setores. No entanto havia preocupação sobre a
qualidade dos dados publicados e também sobre greenwashing (ou seja, falta de materialidade no que era divulgado pelas
empresas, mais conversa do que substância).
A decisão formal da Suzano, agora, de gastar mais dinheiro se não
atingir a meta de diversidade empenha de forma concreta a empresa com o
compromisso material de cumpri-la efetivamente, não apenas anuncia-la “da boca
p´ra fora”.
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